19 de abr. de 2017

Poesia de Margarett Leite - Todo dia é dia de índio

Fonte - www.afirmapelavida.org

Todo dia é dia de índio

Correndo nos prados verdes do Brasil 
banhando-se nas águas límpidas dos rios 
na imensidão de uma terra farta 
os seus filhos primeiros viviam em harmonia 
comia os frutos do mar e da terra 
não poluíam e não destruíam as suas florestas
não tinham deuses malignos, só o sol e a lua 
respondiam os apelos de tupã o grande pai 
com suas crianças , os curumins,
baixavam-se a altura deles para os ouvirem 
e respeitavam os mais velhos 
 ouvindo e aprendendo com eles 
não moravam em ocas solitárias os velhos 
pelo amor que eles tinham aos antigos 
usavam penas das aves coloridas para se ornarem
amando a mãe natureza, e seus frutos
quando nascia o astro sol eles agradeciam 
quando a lua clareava a escuridão da noite 
faziam cânticos e danças ao luar 
todo dia era dia novo e feliz 
porque eles ainda vivem e a terra mãe os ama 
os homens brancos que vieram dominá-los 
tentaram escravizar os donos da terra 
mas não conseguiam , eles lutaram 
 e morreram aos milhares, mas são donos 
primeiros da terra, todo dia é dia dos índios.
Os colonizadores trouxeram consigo
dores , morte, doença, ambição e poder
hoje escutem o som das cachoeiras 
vejam suas florestas devastadas 
por monstros de cimento e ferro 
todo dia devemos considerar 
 nós homens de origem diversas 
que reinaram e colonizaram 
esse país que tem a forma de coração 
que já era conhecido pelos fenícios 
que acharam um papiro onde mostrava
um mapa, falando em país que seria 
o coração do mundo, honremos 
os homens que primeiro habitaram 
os verdadeiros brasileiros.
Somos invasores. Mas somos brasileiros

Margarett Leite



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